É delicado ter que lidar com uma situação de luto, seja de forma direta ou indireta. Para isso, a psicóloga Anne Prado, do Instituto Phases vai comentar a reportagem do Psicólogos Berrini para que você entenda porque essa fase é tão dolorida, mas fundamental para vida!
O ser humano não lida bem com o desconhecido. Costumamos temer tudo o que não dominamos muito bem ou nunca tivemos contato e, quando o assunto é morte, nossa reação não é diferente. É por isso que precisamos aprender também a lidar com o luto.
A morte é o grande mistério da vida. Vivemos todos os nossos dias sem saber quando, como e onde a nossa hora chegará. Também não temos como saber quando será o dia da partida de nossos entes tão queridos. E o que acontece quando esse dia chega? Outra pergunta sem resposta, mas repleta de crenças, esperança e incertezas.
O luto é um estado de espírito de introspecção, tristeza profunda e, em algumas casos, negação. Com a partida de pessoas especiais, é normal sentirmos que a nossa própria vida não tem mais sentido. A sensação da perda e do vazio causado pela morte nos leva ao sentimento de luto.
Segundo Anne Prado, o luto também pode ocorrer quando terminamos um relacionamento, perdemos ou nos afastamos de um amigo querido, e de maneira mais sutil até mesmo nas transições de fases da vida, como por exemplo da infância para adolescência, e desta para vida adulta.
O que causa o luto?
O luto é entendido pelos psicólogos como uma reação à uma impactante perda. E, ao contrário do que muitos podem pensar, o luto não está relacionado apenas à morte. Perdas de oportunidades, experiências que não voltam mais, grandes mudanças, fins de relacionamentos, mudanças de emprego e outras situações de rompimentos podem levar ao luto.
Muitos psicólogos também costumam classificar o luto em etapas, mas que podem variar de pessoa para pessoa:
1 – NEGAÇÃO
Fase em que a pessoa ainda não assimila a realidade e alimenta pensamentos de como voltar a situação anterior à perda.
2 – RAIVA
Na busca de um culpado pela grande perda, direcionamos a raiva a pessoas envolvidas na situação. Médicos, familiares, pessoas do convívio ou, até mesmo, nós mesmos. É por isso que a raiva também se manifesta na sensação de culpa.
3 – NEGOCIAÇÃO
A negociação assemelha-se muito à negação. É a fase em que buscamos uma solução para alterar o que aconteceu. Pensamos em tudo que podíamos ter feito diferente para alterar o rumo da situação.
4 – DEPRESSÃO
A dor e a tristeza ficam mais fortes, já não há mais para onde correr. As sensações de cansaço, desinteresse, desconexão e solidão fazem parte da fase de depressão.
5 – ACEITAÇÃO
A saudade sempre irá existir, mas a fase de aceitação costuma vir acompanhada de uma sensação de paz. Após a compreensão do acontecimento é possível enxergar novamente perspectivas para a vida.
Como lidar com o luto?
Mesmo sendo um momento de profunda tristeza, o luto pode, sim, ser saudável. É uma reação normal e, até certo ponto, pode e deve ser vivenciado para que a pessoa que sofreu a perda chegue enfim na fase de aceitação.
Como o luto costuma vir junto da reclusão, o diálogo é muito importante para superá-lo. Se você está passando por esta fase, experimente conversar sobre a perda. Escolha uma pessoa de sua confiança e conte o que sente, fale como a perda aconteceu. Se o seu luto for relacionado a uma morte, não torne isto um tabu. Relembre as experiências vividas com a pessoa querida, momentos especiais e histórias marcantes. O diálogo faz com o que o assunto se torne mais natural e que passemos a encarar com mais força a situação.
No entanto, quando o luto se estende por um longo período de tempo e impede que a pessoa realize as tarefas de seu cotidiano, é sinal de que chegou a hora de procurar a ajuda de um psicólogo, pois o luto já se tornou patológico.
A psicoterapia ajuda muito na organização mental e na diminuição da sensação de caos interno. Com o acompanhamento de um psicólogo, também é possível concluir quais os fatores que estão agravando o luto e, com isso, aprender a lidar com a situação de uma maneira mais assertiva.
Segundo Anne, a morte e as perdas fazem parte da vida, e durante a fase de luto isso fica mais evidente. Muitas pessoas, depois de passarem por lutos começam a repensar sua vida e suas escolhas, e esse processo pode ser bem saudável e de desenvolvimento pessoal. "Muitas vezes precisamos lembrar que a morte existe para vivermos nossa vida de fato".
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